31/08/2006

dia 03 . . de Vukovar a Sisak

8 de Agosto

Vukovar > > Osijek > > Slavonski Brod > > Sisak
ou a história de um acidente

A familiar do Sokota depois da igreja de Sts. Philip and James a que se seguiu o museu de arte contemporânea e o corte de cabelo do Pedro Barradas. Tudo em Vukovar.
Amanhecer com o sossego da Sérvia do outro lado do rio é uma das memórias fortes de uma viagem à Croácia. Sair do quarto ziguezagueando entre buracos de balas completa o cenário. Até encontrar o sorriso da empregada que nos servia o pequeno almoço indiferente a tudo. Mesmo à inexistência de soluções. Chá ou café. Pão e queijo e fiambre e marmelada. No juice.
O centro de Vukovar parece uma cidade criada para surpreender. Velho burgo, vestígios romanos e otomanos destruidos por uma guerra no século XX. Mas resiste.
A Igreja lá do cimo exige o recolhimento. O sossego matinal invade esta parte da cidade. A Igreja foi destruída pela guerra e já reconstruída. Tudo menos o interior. Ficará assim. Sem os frescos, sem os ornamentos e apenas com um cristo negro sem um braço além de ter só uma perna. Aqui pouco se fala da guerra. Mas a sua memória ficará. Pelo menos no interior da igreja.
Passamos por blocos habitacionais que aos poucos são reconstruídos. Em poucos anos a memória das balas nas paredes será apagada. Agora fica um degradé a que ficaria bem o adjectivo bonito se não fosse assustador.
Surpreendidos depois pelo mercado (há mercados ao ar livre em todas as cidades da Croácia) e pelo espanto das instalações no Museu de Arte Contemporânea de Vukovar. Ficará para outros retratos.
Depois fomos ao cabeleireiro e seguimos para Osijek onde ficamos a saber que a lasanha da Croácia não tem molho e não passa de crepes empoleirados uns sobre os outros entre carne e legumes. Mas as pizzas e as pastas acabavam de ganhar adeptos.

No stress

A caminho do parque natural de Plitvice, pelo menos em teoria, ficamos duas horas, um pouco mais numa terra de ninguém, porque um acidente obrigou ao corte de trânsito. A surpresa foi nossa. Os croatas, sem buzinas, sem nada, desligaram os carros e ficaram a ver o sol desparecer. Lá à frente a polícia solucionava o problema. Serenamente. Felizes as imagens captadas junto dos locais que vieram de cadeira e tudo para a porta. Hoje aconteceu algo.
Contas furadas, adiando o parque para outro dia, dormimos em Sisak, onde estava instalada uma legião de jogadores de futebol brasileiros "Atletas de Jesus" e tivemos de jantar hamburgueres num fast food que já estava fechado. Já tinha dito que os croatas são simpáticos?







O Museu que continua a ser Museu.


E o símbolo da resistência de Vukovar. O enorme reservatório de água.

30/08/2006

dia 02 . . a caminho de Vukovar

7 de Agosto

Zagreb > > Slavonski Brod > > Nasice > > Dakovo > > Vodinci > > Vukovar > > Ilok > > Vukovar

A primeira experiência no interior do país. Direcção oeste, assim como quem se dirige para a Bósnia ou Sérvia. Uma viagem em contra mão com o turismo de massas. Percorremos estradas simples entre casas quase iguais, muitas delas em tijolo. Por opção. Entre as casas e a estrada há um imenso jardim. Como um fosso relvado. Os croatas são cuidadosos e zelosos. Em Zagreb não havia lixo nas ruas. Estes relvados junto à estrada eram cuidados pelos habitantes, apesar de parecerem públicos. Em Nasice paramos para visitar um supermercado e almoçar em bancos de jardim. O início da rendição à ozujsko e da colecção de caricas e rótulos. Começou a chover.
A chuva acompanhou-nos timidamente até Vukovar. Num seu descanço visitamos Dakovo. Uma pequena cidade cheia de vida e esplanadas a ocupar o centro das ruas pedonais. Até aqui, e contando com as daqui, contariamos (se assim o tivesssemos feito) mais de 30 gelatarias. Optamos por uma igreja com frescos a cantar à capela o pecado e as virtudes. Pouco depois paravamos algures próximo de Vodicini para visita a cemitério. Acabamos a brincar em parque infantil perante a indiferença de três crianças habituadas à estranha proximidade. Uma igreja, um parque, um campo de futebol e um cemitério.
À chegada de Vukovar a chuva vincou a sua presença. Uma cidade com as marcas da guerra nas paredes e nos rostos que tentam não pensar nisso. O hotel parecia ter sido baleado no dia anterior. A sua localização sobre o Danúbio, com vista para a Sérvia, acentuou a nossa escolha. Antes de jantar fomos até Ilok. O extremo da Croácia já com a Bósnia e a Sérvia ao alcance da voz. Em Ilok vimos pessoas assim que terminou a eucaristia, numa igreja com vista para o rio. Baleada.
Regressamos a Vukovar. Chuva intensa atirou-nos para um excelente restaurante à beira rio onde pedimos "river fish". A especialidade da casa. Experimentamos, estranhamente surpreendidos, algo muitas vezes experimentados nos dias seguintes. A simpatia dos croatas. E a comida para dez e pivos a anteceder a experiência de slivovica (old plum croacia brandy). No dia seguinte compraríamos slivovica caseira. Acabamos a noite no hall do hotel Dunav a planear um ataque terrorista além da visita à cidade de Vukovar no dia seguinte.




Em Dakovo, entre montras e locais.




Visitamos alguns cemitérios. Este foi na zona de Slavonski Brod. São negros e desordenados. Alguns sem protecção na berma da estrada, outros, como em Ilok, espalhados pela encosta dos montes. Os croatas colocam os nomes dos familiares vivos, e mesmo as suas fotos, quando fazem a pedra para sepultar um ente querido. Fica só a faltar a data da morte. E a morte.




Um parque infantil junto ao cemitério como enorme parque de diversão dos miúdos. Indiferentes aos estranhos.




Em toda a Croácia encontramos cilindros de betão cobertos de papéis publicitários ou com informação. Alguns de necrologia. São fofos ao toque. Este em Dakovo.





dia 01 . . Zagreb

6 de Agosto

Partida de Lisboa com destino a Zagreb. Breve paragem em Bolonha. Saída do avião não autorizada.
Chegada a Zagreb por volta das 14 horas rumo ao hotel Central (único pre reservado para a viagem).
Almoço junto à praça Tomislavov. Primeiros pivos e a primeira palavra em croata: Hvala (obrigado)
Passeio a pé por Zagreb. Cidade deserta aos domingos. Turistas em massa junto a monumentos.
Difícil arranjar restaurante para jantar (por ser domingo). Por isso, tivemos a pior refeição das férias.

(provocação prévia: as digitais atrasaram-se. Ficam os documentos de um pobre Qtek 200 e de uma Nikon F55.)




















turistas (por sinal portugueses) na igreja St Marc.


















Os tramways de Zagreb. Ficaria horas só a vê-los passar.
































junto à catedral. A presença da Igreja no país é fortíssima. A praça ficou deserta assim que começou a eucaristia.


21/08/2006

ainda sem (tempo para) legendas
































fotos via Qteq s200